Vencedores da 30ª edição do Congresso de Iniciação Científica. Na categoria Biológicas: Aluno da Faculdade de Odontologia de
Araçatuba (FOA), Luy de Abreu Costa.
por:
Marcos Jorge
A Unesp
organizou nos dias 21 e 22 de novembro, em São Paulo, a fase final do 30ª
Congresso de Iniciação Científica (CIC). O evento reuniu mais de 200 estudantes
da Universidade que tiveram seus projetos selecionados em um processo que
começou ainda no primeiro semestre, com realização da primeira fase do CIC nas
unidades da Unesp pelo interior do estado.
Conheça um pouco do
trabalho desenvolvido pelos alunos vencedores nas categorias Exatas, Biológicas
e Humanas:
Thiago Matheus
Martins e Moraes é aluno do último ano de Engenharia Elétrica na Faculdade de
Engenharia de Guaratinguetá e seu projeto de iniciação científica envolve a
implementação de uma central de geração de energia solar fotovoltaica,
modernização do sistema de iluminação e ações voltadas para a gestão de
resíduos sólidos. O FEG Sustentável, como é chamado, também promove a
modernização das estrutura de iluminação, como postes e lâmpadas, além de
vertentes que trabalham a gestão de resíduos sólidos e a educação ambiental.
Thiago explica que o FEG Sustentável tem conseguido estabelecer
parcerias com empresas para modernização e aquisição de equipamentos, e reduziu
o consumo de energia no câmpus. “As medidas já acarretaram em uma economia
mensal de R$ 17.500 e a uma redução de 31 toneladas do CO2 emitido anualmente
pela FEG”, celebra o vencedor da área de Exatas.
O projeto FEG Sustentável é uma continuidade do Ponto Iluminado,
iniciativa que Thiago desenvolveu no segundo ano e que utilizou energia solar e
regulação da intensidade do brilho para revitalizar e trazer segurança a um
ponto de ônibus usado pelos alunos e servidores que frequentam o campus. O
projeto chegou a ser apresentado internacionalmente e foi premiado em um evento
em Seattle, nos Estados Unidos.
Aluno da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA), Luy de
Abreu Costa estudou os efeitos do uso do medicamento zoledronato em grupos de
pacientes diabéticos e com doença periodontal ou inflamação na gengiva. O
medicamente é amplamente utilizados no tratamento de algumas osteopatias e
neoplasias malignas osteotrópicas.
Luy explica que a presença dessas três características
(diabetes, doença periodontal e o uso do zoledronato) cria uma dificuldade em
se montar um modelo experimental eficiente, e por isso esta associação é pouco
pesquisada. O aluno, que elaborou seu modelo com ratas, concluiu que os
pacientes diabéticos que apresentam uma doença periodontal ou gengivite e fazem
uso crônico do medicamento, têm um risco muito maior de desenvolver
osteonecrose nos maxilares associada a medicamentos.
“Isso é importante para o dentista porque a osteonecrose pode
prejudicar ou inviabilizar alguns procedimentos odontológicos invasivos como
remoção de dentes e instalação de implantes, comprometendo a qualidade de vida
deste indivíduo”, aponta o aluno, lembrando ainda que Organização Mundial de
Saúde (OMS) aponta que até 2025 um terço da população mundial desenvolverá
diabetes do tipo 2.
“Existem poucos trabalhos na literatura científica que trabalham
com essa metodologia e características que reúnem diabetes, doença periodontal
e o uso do medicamento, mas esse perfil vai ser cada vez mais comum no futuro”,
afirma.
HUMANAS: Memória
no meio rural
Beatriz Leite Antunes está no quinto ano do curso de Arquitetura
na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação de Bauru e em seu projeto de
iniciação científica estudou as características arquitetônicas dos casarões
rurais no município de Botucatu e as mudanças ocorridas no período do auge da
produção cafeeira. “Eu nasci em Botucatu, e desde que entrei na faculdade tinha
muita vontade de pesquisar sobre a minha cidade de origem. A iniciação
científica não só me proporcionou isso, como me deu a possibilidade de conhecer
um patrimônio que nem sabia que existia”, explica a aluna.
Beatriz explica que o estilo eclético foi incorporado às
edificações rurais antes inclusive das urbanas, a medida que a economia
cafeeira se fortalecia e a sociedade local. No auge da produção cafeeira, esses
casarões constituíam imóveis imponentes e com programas complexos, utilizando
elementos de ferro e, incorporando a técnica tijoleira para produzir novas
volumetrias.
“Muito além de uma análise arquitetônica, após todo o
levantamento e coleta de dados realizado no projeto, foi possível notar que as
fazendas encontram-se abandonadas e que existe pouquíssimo material sobre elas
nos órgãos públicos”, lamenta Beatriz, que se motivou a executar todas as
plantas através de levantamento métrico e de outros elementos do conjunto
gráfico, no intuito de facilitar a proteção do patrimônio do território
botucatuense.
A vencedora do CIC 2018 na categoria Humanas alerta ainda que o
patrimônio rural, ao contrário do urbano, tem poucos exemplares protegidos
legalmente, o que demonstra certa desvalorização desse patrimônio. “É preciso
compreender que as fazendas fazem parte de um patrimônio-histórico-cultural
responsável por compor a memória que justapõe a cultura rural com a urbana
ascendente, que estão essencialmente interligadas. Ou seja, preservar as
fazendas é essencial para compreender o desenvolvimento urbano de Botucatu e
região”.
Fonte: Unesp
Fonte: Unesp
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