quarta-feira, 3 de abril de 2019

A importância da iniciação científica para o ensino médio Faculdade de Odontologia da Unesp em Araçatuba realiza o PIBIC Júnior desde 2014.

A iniciação cientifica (IC) compreende a realização de projetos de pesquisa, geralmente, realizada por alunos inseridos em instituições de curso superior, que buscam um aprendizado diferente do ministrado dentro de salas de aula.
Os alunos se movem à procura de conhecimentos adicionais, buscando resultados através de pesquisas, ampliando seus horizontes, pensamentos e desenvolvimento --tanto acadêmico como profissional. 
Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), “para desenvolver um país é necessário desenvolver pessoas: elevar o patamar de informação disponível e prover a população de conhecimentos básicos de ciência e tecnologia...”. “Além disso, é necessário estimular os jovens a se tornarem profissionais da ciência e da tecnologia, para avançarmos no conhecimento existente. Assim, é preciso que desde os primeiros anos da educação formal os(as) estudantes sejam postos em contato com a cultura científica...”. 
As bolsas de IC começaram a ser oferecidas pelo CNPq no mesmo ano em que foi criado, em 1951, cujo objetivo inicial era incentivar a pesquisa entre os graduandos, o que não ocorria em outros países. Era a oportunidade de formar jovens pesquisadores quando a pós-graduação ainda não era consolidada no Brasil. 
Com o objetivo de incentivar a educação científica e tecnológica na Educação Básica, em 2003, foram concedidas as primeiras bolsas a alunos do ensino médio, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) Júnior, em parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs). 
Em 2010, este programa se estendeu às instituições de ensino superior, nas quais se iniciou a oferta de bolsas PIBIC aos alunos do ensino médio com interesse em realizar pesquisa em ambiente de ensino superior, denominadas PIBIC-EM. Segundo registros do CNPq, o número de bolsas PIBIC-Jr e PIBIC-EM subiu de 18.864, em 2002, para 30.826, em 2010. 
Um dos maiores benefícios destes programas aos alunos do ensino médio é a aproximação com o mundo universitário. Isto porque, antes mesmo de ingressar em um ambiente acadêmico, o aluno dessa etapa pode ter a chance de interagir com o mundo científico para conhecer como são realizadas pesquisas científicas.
É assim que o CNPq e a Unesp apóiam o despertar da vocação científica desses alunos, possibilitando a participação em atividades de pesquisa, orientadas por pesquisadores qualificados, de maneira a incentivar potenciais talentos. A presença dos adolescentes no ambiente universitário estimula a curiosidade e o interesse dos alunos pela vida acadêmica. 
A importância de envolver os alunos das escolas públicas no meio universitário deve ser divulgada pelos professores das instituições de ensino superior, assim como os pais e professores da educação básica devem incentivar os alunos do ensino médio a participar de projetos de iniciação científica, antes mesmo de ingressarem na universidade, bem como informá-los das diversas possibilidades de estágios que são oferecidos. 
Ao realizarem a IC, os alunos do ensino médio adquirem conhecimentos básicos que também poderão ajudá-los em futuras pesquisas, quando estiverem na faculdade, ou ainda na pós-graduação. Há impacto também no rendimento destes alunos dentro das próprias escolas da rede básica, pois alunos com interesse em participar destes projetos são incentivados a ter bom desempenho escolar para que conquistem uma vaga na universidade pública. 
A Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA) da Unesp iniciou, em 2014, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) Júnior com cinco alunos bolsistas, passando a 11 em 2015, 14 em 2016, 9 em 2017 e 13 alunos no ano passado. As vagas foram oferecidas com a disponibilidade de orientação dos docentes. A seleção sempre ocorre no primeiro semestre de cada ano, geralmente entre maio a junho, e as atividades têm início em agosto.
Os alunos selecionados geralmente são do 1º e 2º ano, para que consigam finalizar seus projetos na íntegra, enquanto estiverem cursando o ensino médio.

unnamed.jpgAs atividades desenvolvidas pelos bolsistas variam de acordo com cada departamento. O aluno comparece ao laboratório uma vez por semana, e auxilia em projetos de alunos de iniciação cientifica da graduação e da pós-graduação para aumentar o conhecimento frente aos diferentes estudos realizados, assim como desenvolve o que foi proposto e aprovado em seu projeto.

Ao término do estágio, o estudante deve apresentar um relatório final com os resultados encontrados durante a realização do projeto, documento que é encaminhado ao CNPq, através de link específico na plataforma do ensino médio. 
A FOA, além de participar desses projetos PIBIC-EM, tem aberto espaço a esses alunos no Congresso Odontológico da Faculdade, desde o 7º Congresso Odontológico de Araçatuba/2017. Mais de 20 alunos, de diversas instituições, participaram desse congresso, apresentando trabalhos.
No ano passado, durante o 8º Congresso, o aluno do ensino médio Renan Pereira Falcão (bolsista 2016-2017) ganhou menção honrosa, disputando com alunos de graduação com o trabalho “Análise da reação tecidual frente a cimento endodôntico à base de resina epóxica contendo hidróxido de cálcio”.
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“Quando fui convidado a ingressar neste projeto, em maio de 2017, confesso que fiquei tanto ansioso quanto temeroso, em relação àquilo que desenvolveria, afinal tratava-se de um novo ambiente que, até então, desconhecia. Entretanto, posso afirmar que esta vem sendo uma experiência totalmente inovadora, pois pude participar de experiências que se restringiam apenas ao meu imaginário. Assim, tive a oportunidade de realizar experimentos que envolveram desde o cuidado de ratos para a pesquisa até a análise histológica em laboratório. Atividades que, infelizmente, continuam sendo de difícil acesso aos alunos do ensino médio, o que diminui o interesse da maioria dos jovens pela carreira científica. Além disso, conviver com pessoas diferentes e intensamente ligadas ao meio universitário é, com certeza, algo diferenciado, especialmente àqueles que estão tão próximos de adentrar nessa nova etapa da vida acadêmica. Vale lembrar também que a oportunidade de apresentar um painel no Congresso da FOA, em maio de 2018, foi um fato extremamente especial e marcante, cujo aprendizado foi, sem dúvida, inesquecível. Por fim, tenho apenas a agradecer a todos que me concederam a chance de participar deste projeto, por todo este conhecimento e prática que vão me acompanhar no decorrer da minha vida e, com certeza, exercerão uma grande influência sobre minhas futuras escolhas acerca da minha formação pessoal e acadêmica”, afirmou o estudante. 

Outros bolsistas também destacam o significado da participação deles no programa de iniciação científica. 
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“Ser estagiária pelo Pibic Jr foi uma experiência única, pois adquiri mais conhecimento em função dos trabalhos realizados. Tive chance de colocar em prática todo esse conhecimento, com a ajuda de todos, sempre muito atenciosos. Consegui suprir as minhas expectativas. Fui pensando que seria um acréscimo à minha formação e acabou sendo mais do que isso. Hoje não me arrependo de nada, devido aos laços que criei com todos em volta. Pude vivenciar a rotina de um laboratório. Agreguei conhecimento para a área escolhida na minha formação. O ambiente da Unesp é agradável. Faz você sentir-se confortável e bem-vinda. Agradeço a todos que tornaram minha experiência possível”, disse a aluna Isabela Nakahara Ikeda Lopes (bolsista 2016-2017). 


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“A minha experiência no Pibic Jr da FOA foi gratificante e de muito aprendizado! O início foi difícil, por termos que lidar com os ratos do biotério. Limpávamos e cuidávamos deles, abastecendo-os com água e ração. Porém, com o tempo pude ter maior contato com os processos do projeto que me propus a auxiliar. Para estudantes do ensino médio como eu, é bastante significativo esse contato com a ciência, que se torna possível a partir dessa oportunidade. O programa me ajudou a decidir qual área pretendo atuar, o que estava bastante confuso em minha cabeça. Além disso, estar em um ambiente acadêmico também me trouxe uma segurança maior para o futuro, desmistificando o que sempre nos dizem sobre a universidade. Quanto à participação no 7º Congresso da Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Unesp, foi um desafio. Por não fazer idéia de como seria e se me sairia bem. No início, fiquei muito receosa, mas com os incentivos da equipe, me senti incluída, e aceitei o convite. No dia da apresentação, foi tudo incrível. O ambiente era ameno e acolhedor, e me trouxe energias positivas por haver muitos estudantes como eu, admiradores da ciência, e de várias regiões do país. Ocorreu tudo muito bem e eu faria novamente, por ter sido uma experiência única. Por fim, só tenho a agradecer à toda equipe de graduandos e professores com os quais convivi. Eles me ensinaram muito e são pessoas admiráveis. A atitude deles serve como motivação para mim”, disse a aluna Anna Beatriz Dias da Silva (bolsista 2016-2017).

                                            “Minha experiência com o Pibic-Jr foi algo que me marcou tanto culturalmente quanto profissionalmente. A iniciação no estágio trouxe-me uma ampla visão
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 de como são as práticas de um estudante em laboratório. A interação com os alunos da Faculdade de Odontologia da Unesp permitiu que eu aprendesse a lidar com diferentes situações, tanto dentro de um biotério ou de um laboratório, até mesmo o lado pessoal. As pessoas com as quais trabalhei me acolheram e me aconselharam em diversas questões. ‘O que fazer de faculdade? Qual seria a mais indicada?’. Outra coisa que levarei comigo é a questão do valor da vida. Aprendi a importância de utilizar os animais, da qual morria de pena, é para um bem maior, melhorar a saúde das pessoas. Sem falar que trabalhar em grupo melhorou minhas atividades em sala de aula e em casa. A troca de idéias também foi fundamental para que eu começasse a ver as coisas de outra forma. Gostaria de agradecer a todos que trabalharam comigo, acredito que apenas um ano seja muito pouco, mas, com toda certeza, nesse um ano aprendi muito, e vou usar isso para conseguir alcançar meu objetivo profissional na área da saúde,” explicou a aluna Suéllen Rosa de Almeida Polizeli (bolsista 2016-2017).

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