quarta-feira, 4 de abril de 2012

Estudo sobre implantes dentários é premiado nos EUA

Thallita (ao centro) recebe o prêmio em evento nos EUA
Pesquisa concorreu com 231 trabalhos de todo o mundo
[03/04/2012] 

A tese de Thallita Pereira Queiroz, da Unesp de Araçatuba, foi eleita o melhor pôster apresentado no 27º Encontro Anual da Academia Norte-Americana de Osseointegração, realizado de 1º a 3 de março, em Phoenix, Arizona, nos EUA. Seu pôster concorreu com outros 231, provenientes das principais universidades dos Estados Unidos, Europa e Ásia. A premiação é concedida somente para o primeiro lugar.


Segundo a pesquisa, a modificação química da superfície de um implante dentário é mais importante para a osseointegração (união do implante ao tecido ósseo) do que sua morfologia, que apenas aumenta a área onde ocorre esse fenômeno. Esse resultado inverte o paradigma científico atual sobre o tema e reitera outros estudos da Unesp sobre o assunto. 

Os resultados obtidos indicam, ainda, que as modificações físico-químicas, em escala nanométrica, promovidas nas superfícies dos implantes dentários aceleraram a expressão de proteínas ósseas que constituem o primeiro passo na interação entre o osso e o implante. “Com isso, foi acelerada a resposta do tecido ósseo ao implante, favorecendo, dessa forma, a osseointegração em períodos de tempo mais curtos. O próximo passo será a realização desse mesmo tipo de experimento em humanos”, explica Antônio Carlos Guastaldi, coorientador da tese e professor do Instituto de Química da Unesp de Araraquara.

O doutorado foi defendido em 2010 no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial na Faculdade de Odontologia (FO) da Unesp de Araçatuba. O trabalho teve coorientação do professor Eduardo Hochuli Vieira, da FO. Thallita é graduada em Odontologia pela Unesp de Araraquara e, atualmente, é professora do Centro Universitário de Araraquara (Uniara). 

Devido a sua complexidade e natureza multidisciplinar, o estudo teve a participação de vários coautores. Além de Thallita, Vieira e Guastaldi, contribuíram para o trabalho Rogério Margonar e Ana Paula de Souza Faloni, do Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas da Uniara, a professora Roberta Okamoto, coorientadora do estudo e responsável pelo Laboratório de Imuno-histoquímica da FO, e os professores Francisley Ávila Souza e Idelmo Rangel Garcia Júnior, ambos da FO. 

A pesquisa - O trabalho apresentado intitula-se ““Influence of Nanotopographic Modifications of Dental Implant Surfaces on Bone Proteins Expression” (“Influência das Modificações nanotopográficas das superfícies de implantes dentários sobre a expressão de proteínas ósseas”) é a continuação da tese de doutorado de Thallita, intitulada “Estudo de implantes de titânio comercialmente puro (Ticp) com superficies modificadas por feixe de laser com e sem deposição química de apatitas: análises topográfica, biomecânica e histométrica em tibia de coelhos”.
Tendo em vista que a reabilitação de indivíduos que apresentam perdas dentárias unitárias, múltiplas ou totais com implantes dentários tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, com excelentes resultados, este estudo teve o propósito de promover modificações físico-químicas e morfológicas nas superfícies de implantes dentários, em escala nanométrica, com o objetivo de favorecer a interação das mesmas com o tecido ósseo. 

As alterações incluíram a modificação das superfícies por feixe de Laser seguida ou não pela deposição de hidroxiapatita pelo método biomimético (método que utiliza uma solução denominada Simulated Body Fluid ou solução de fluido corpóreo, que possui composição química, temperatura e pH similares ao plasma sanguíneo). 

Esses implantes foram comparados com dois implantes comercialmente disponíveis, um com superfície tratada por ataque ácido e o outro sem modificações de superfície (usinado), todos foram instalados em tíbias de coelhos para análises topográficas, biomecânicas, histométricas e imuno-histoquímicas. 

No experimento, 45 coelhos receberam 90 implantes. Depois de 30, 60 e 90 dias, os animais foram sacrificados e os implantes removidos para a análise, visando à detecção de determinadas proteínas ósseas fundamentais para a osseointegração. 

O estudo teve financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular, em projeto coordenador por Vieira. Os implantes empregados no estudo foram fornecidos pela Empresa Conexão Sistemas de Próteses, de Arujá (SP). 

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa, com informações da Agência Fapesp

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